ICO e Shadow of the colossus. À primeira vista, dois jogos que aparentam não ter relação. Mas além de levarem as assinaturas do diretor e designer Fumito Ueda e do produtor Kenji Kaido, gozarem do minimalismo, transmitirem emoção e serem, enfim, obras de arte digitais, apresentam sutis analogias.Similitudes escassas, mesmo porque os entrechos são breves, misteriosos e abertos a múltiplas interpretações. Veremos agora:
Shadow of the colossus:
O céu está nublado e perdura um ar de melancolia. Um pássaro negro voa próximo à montanha e passa por alguém. Caminha um rapaz de nome Wander, montado em um cavalo que responde por agro. Com eles, um corpo envolvido por uma manta. Atravessam a floresta densa. A chuva começa. Seguem pelo campo. As gotas d’água param de cair. Observam a gigantesca estrutura. Entram em um vão. Ao final dela uma ponte erguida sobre o abismo leva ao templo. Assim que se aproximam, a porta se abre. Descem uma escada em espiral e alcançam o salão principal, que possui oito estátuas em cada estremidade. Wander desmonta do cavalo, apanha o cadáver, sobe a escada e o deposita no altar. Retira a coberta que o envolvia. O corpo era de uma jovem, Mono. Esmaecida e inanimada.
Enquanto Wander observa Mono, sombras começam a surgir do chão. O herói saca a espada e, com o reflexo da luz projetada pela lâmina, os vultos se dissipam. Uma voz de procedência enigmática afirma que quem tem a posse da Espada Antiga é mortal. Wander então pergunta se era Dormin quem falava e comenta que esse lugar permitia controlar as almas dos mortos. Dormin confirma sua identidade.
Wander diz que ela havia sido sacrificada porque o seu destino estava amaldiçoado. Clama para trazer a alma de volta. A entidade responde que essa é a lei dos mortais, mas com essa espada poderia não ser impossível. Dormin então solicita uma missão. Destruir os 16 ídolos representados nas paredes. Porém, não podiam ser demolidos pelas mãos de um mortal. A única forma de arruiná-los é derrotar os colossi, as encarnações daquelas imagens, que estavam espalhadas nos arredores. Uma vez superados, as estátuas serão derrubadas. Para tal, o reflexo da luz do sol na espada mostrará onde se encontram as gigantescas criaturas.Dormin alerta que o preço por isso será caro. Wander não se importa e inicia sua jornada com o amparo de Agro.
Depois que sobrepuja Valvus, o colossi inicial, Wander aparece adormecido no templo e é observado por uma sombra. Desperta e se aproxima de Mono. O primeiro ídolo de despedaça. Dormin indica onde está o próximo. Wander repete o procedimento e vence um a um Quadratus, Gaius e Phaedra. Dentro da edificação, dorme e é visto por quatro sombras. Acorda e vê agro de aproximar de Mono. Segue na missão e desfaz Avion, Barba, Hydrus e Kuromori. Quando retorna ao santuário, tem um devaneio. Wander sonha que Mono ressuscitou e a imagina sentada no altar. Volta à realidade. Chega perto dela e acaricia sua face. No regresso, derrota Basaran, Dirge, Celosian e Pelagia. Em seguida, Emon, que veste uma máscara, é acompanhado por mais cinco homens, todos a cavalo. Trafegam pela mesma floresta que Wander havia visitado e avistam o templo. A epopéia de Wander está próxima do fim. Triunfa sobre Phalanx, Senobia e Argus. Só falta um.
Wander vai até uma porta com um orifício. Reflete a luz com a espada no meio da abertura e ela se abre. Montado em Agro, sobe as escadas e chega a uma ponte. Consegue alcançá-la, mas a estrutura começa a desmoronar. Agro galopa e consegue chegar à extremidade. Wander pula e se safa. Agro não. O piso cede e o cavalo despenca abismo abaixo, mergulhando na água. Agora solitário, Wander derrota o último colossi, Malus.
O séqüito de Emon passa a ponte, entra no templo e observa o último ídolo ser destruído. Depois eles observam o corpo de Mono, que permanece desfalecida. Olham para trás e vêem Wander depauperada. Sombras surgem do piso. Inconformado, Emon diz que Wander roubou a espada, invadiu a terra amaldiçoada e ainda utilizou o feitiço proibido. Também afirma que foi usado o tempo inteiro e ordena aos seus súditos a erradicação da fonte do mal. Wander consegue se erguer. Um dos subalternos atira uma flecha, que acerta a perna esquerda de Wander. Ele cai. A sombra começa a invadir seu corpo. Outro ergue a espada e crava a lâmina no peito de Wander. Ele levanta e passa a liberar uma fumaça negra.
Mesmo fraquejado, tenta seguir em direção a Mono. Arranca a espada e seu corpo é totalmente dominado pela sombra. Desmaia. Emon olha para Mono quando a sombra começa a crescer de tamanho. Assume a forma de Dormin, que então revela: seu corpo foi dividido em 16 fragmentos para selar o poder. Dormin também declara que usou o corpo de Wander para renascer. Um dos seguidores consegue pegar a espada e , juntamente com Emon e os outros, sobem as escadas em espiral. No topo, Emon lança a espada em um poço, criando uma espécie de tornado que suga Dormin. Tenta resistir. A sucção é mais forte que ele. À medida que chega mais perto da origem do furacão, seu corpo diminui até atingir a silhueta de Wander. Quando é engolido pelo poço, a ventania se dissipa.
Emon e seus comparsas fogem da ponte, que se destrói segmento por segmento. Dentro do santuário, Mono recupera a vida. Levanta-se e começa a caminhar quando de repente ouve um relinche. É agro. Com as patas feridas,o cavalo sobe as escadas lentamente e se aproxima de Mono. Do lado de fora, Emon lamenta pela alma incrédula e alerta para ninguém mais invadir aquele local novamente.
Enquanto isso, Agro e Mono andam no templo até o poço, que ficou ressecado, e encontram um bebê chorando. Com chifres. Mono o leva no colo. Mancando, Agro sobe as escadas, com a moça e a criança logo atrás. Passam pela montanha e chegam até um jardim, habitado por outros animais. O bando de pássaros que ali estava se dispersa. Uma ave negra voa em direção ao horizonte.
Imagens (Clique para ampliá-las):
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